A PENÚRIA DA AGRICULTURA FAMILIAR UNAIENSE

                 

Constituida  por pequenos produtores, a agricultura familiar representa a grande maioria de produtores rurais no Brasil. Em geral, é constituída de agricultores de baixo nível de escolaridade e renda. Todavia, em alguns produtos básicos da dieta dos brasileiros como o feijão, arroz, milho, hortaliças, mandioca e pequenos animais ela chega a ser responsável por até 60% da produção, isso além da diversificação dos produtos para diluir custos e aumentar a renda.

 

Em Unaí, esse seguimento tem um significado crucial na nossa economia. Nosso município possui o maior número de assentamentos do Brasil e conta com 34 PAs. São mais de 2.200 famílias que trabalham na agricultura familiar.

Estes produtores e seus familiares são responsáveis por inúmeros empregos no comércio e nos serviços prestados em nossa cidade. Além do mais, a circulação de renda advinda desta parcela de produtores aquece nosso comércio gerando uma cadeia de desenvolvimento.

Assim, a melhoria de renda desse segmento por meio de sua maior inserção no mercado tem impacto importante na economia do nosso município.

Infelizmente, tal seguimento não tem contado com o apoio dos ocupantes da Casa Marrom, pois nossos administradores somente lembram-se dos agricultores familiares em época de eleições, usando-os como massa de manobra para perpetuarem no poder.

Quando precisam dos votos, sempre aparecem na nossa abandonada zona rural, que já foi nosso orgulho, e fazem promessas mirabolantes e sem qualquer sustentação visando ganhar a confiança de nossos humildes agricultores.

Um exemplo clássico destas promessas ocorreu durante o processo eleitoral que elegeu o “plantador de feijão” (plagiando Geni). Agroindústrias, granjas de aves e suínos, piscicultura, apicultura, fábricas de farinha, dentre outras atividades, que geraria uma renda extra de mais de 5 salários mínimos mensal aos sofridos agricultores familiares foi apenas ilações. Tal fato virou até chacotas em Unaí, pois passados quase 7 anos desta administração a agricultura familiar está a ver navios. Só não está em pior situação graças à atuação responsável da EMATER-MG.

O pior de tudo é que os homens da Casa Marrom fazem pressão e ameaçam dizendo que se não votarem nos candidatos deles a estrada não será encascalhada, o mata burros não será arrumado, o ônibus escolar irá parar de buscar os alunos e várias outras chantagens.

O descaso dos governantes de Unaí para com a agricultura familiar ficou bastante evidenciado no conhecido “Casos dos Tratores”, destinados, através de emendas parlamentares dos Deputados Delvito Alves e Antônio Andrade para atender os assentamentos Paraíso, Renascer, Brejinho, São Miguel e Comunidade Veredas.

A verba para aquisição de 5 tratores de grande porte foi colocada nos orçamentos da União e do Estado. Porém, o Prefeito e o Vice, em total descaso para com os agricultores familiares deixaram perder parte da verba e coma outra parte do dinheiro ninguém sabe o que aconteceu.

O Prefeito e o Vice não quiseram receber os tratores que iriam minimizar a angústia de milhares de pessoas que trabalham em regime de agricultura familiar nestes assentamentos. O argumento foi que os deputados estavam fazendo política. Isso quer dizer que os ocupantes da Casa Marrom entendem que somente o pouco votado Bernardo Santana é que pode fazer politicagem. Para essa administração, que se explodam os agricultores familiares.

Outro descaso dos governantes é uso dos tratores e máquinas da agricultura familiar em obras do município e também na prestação de serviços para grandes proprietários rurais, sendo que nessa conta até o Prefeito de Cabeceira de Goiás já foi beneficiado. Pode?

Esses tratores e máquinas foram destinados pelo INCRA, através de convênio com a Caixa Econômica Federal, especificamente para o uso da Agricultura Familiar. Só que em Unaí a Lei não existe e nossos pequenos produtores, quando são beneficiados por estas máquinas, são apenas com 2 horas de aração e ainda tem que pagar o óleo, enquanto os grandes fazendeiros, amigos da administração, têm carta branca para fazerem o que bem entendem com as máquinas da agricultura familiar e tudo a custo “zero”.

Ao que parece a situação tende a piorar, pois o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Unaí, a quem é incumbido o dever de defender a classe, é um aliado incondicional do Prefeito e do Vice, e ao que parece continuará na defesa do mega produtor em detrimento dos nossos esquecidos agricultores familiares.

Outro agravante é que o ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Manoel, até poucos dias alheio aos mandos do Prefeito, aceitou o cargo de Diretor da Secretaria de Agricultura do Município e irá atender os interesses dos nossos administradores, esquecendo de sua própria classe, que, aliás, lhe outorgou o cargo de seu representante.

Há poucos dias foi denunciado na Câmara Municipal que um Servidor de Cargo de confiança disse em uma reunião na garagem que as máquinas da Prefeitura eram para fazer política e que eles não estavam ali para fazerem as coisas certas.

Como se vê, as autoridades que têm por obrigação defenderem os nossos pequenos produtores são aliados do Prefeito Municipal, que tem como único objetivo em sua administração defender a eleição pouco provável do Branquinho.

Assim, um seguimento que parecia ser a solução para evitar-se o êxodo rural e gerar emprego e renda, aquecendo nossa economia, não conta com o apoio da atual administração, que inclusive usa todos os bens da agricultura familiar, doados pela União ou pelo Estado, para beneficiar grandes proprietários, pensando tão somente nos resultados das urnas em 2012.

É Isso!